domingo, 30 de junho de 2013

Simbolo perdido.

Depois da trama controvertida de O Código da Vinci, que rendeu ao autor sua consagração no meio literário, o estilo de Dan Brown amadurece nesta obra que vai além do enredo de um mero candidato a bestseller. A princípio ele também pode ser lido como um suspense repleto de ingredientes exóticos, tecido apenas para reter a atenção do leitor do princípio ao fim. Mas, como o próprio escritor adverte, através de um dos seus personagens mais fascinantes, o maçom Peter Solomon, as parábolas têm um duplo significado, a leitura superficial para as mentes ainda imaturas, e a mensagem real, para as mentes que já amadureceram. Com certeza o texto de Dan Brown também revela esta natureza dual, pois para quem deseja mergulhar mais fundo, há muito que colher nas entrelinhas desta ficção que está muito mais próxima da realidade atual do que da fantasia. O enredo de O Símbolo Perdido parece inicialmente muito simples, mas à medida que avança em suas páginas, o próprio leitor tem a sensação de estar mergulhando em um universo cada vez mais denso e complexo, mas que ao mesmo tempo revela respostas e questões já conhecidas da Humanidade, embora em algum momento perdidas pelo Homem, quando ele se torna cego para as reflexões espirituais. Dan Brown contrapõe, neste thriller surpreendente, duas visões antagônicas – a crença apaixonada de Peter Solomon, herdeiro de uma família tradicional e de um legado espiritual ancestral, preservado pela Francomaçonaria; e o ceticismo persistente do protagonista das tramas deste autor, o simbologista Robert Langdon, que moldou sua mentalidade a partir de um viés intelectual de natureza essencialmente materialista, dominante no mundo moderno. Neste livro o cenário se desloca da Europa para os Estados Unidos, mais especificamente para sua capital, Washington. Langdon se vê, subitamente, envolvido em uma misteriosa teia maquiavélica tecida pelo vilão mais sombrio deste autor, o enigmático Mal’akh, que o conduz até esta cidade alegando que Peter, o melhor amigo do simbologista, o convidara para realizar uma palestra em um evento promovido por ele, em nome do Instituto Smithsonian, no Capitólio, o centro do poder norte-americano. Chegando ao evento, porém, Robert descobre que caiu em uma armadilha, e que seu mentor e amigo, Peter, está nas mãos de uma criatura excêntrica e cruel, a qual negocia a vida do maçom em troca de um estranho resgate, a posse de um antigo conhecimento, de um símbolo que lhe abrirá caminho para o acesso aos Antigos Mistérios. Pretensamente Langdon é a única pessoa que pode decifrar as várias camadas de enigmas que, ao serem desvendadas, permitirão a este ser sombrio deter um poder destrutivo incalculável. Ao longo da jornada de descobertas e revelações, Robert passa a conviver com questões que abalam e questionam o seu lado cético, como a existência da alma, de vida após a morte, a relação entre mente e corpo, o papel do potencial mental do Homem na cura, na construção de um novo mundo, mas também na destruição da luz e instauração definitiva das trevas. Junto a Katherine Solomon, irmã de Peter, ele corre contra o tempo para salvar o amigo e é obrigado a se deparar com estas indagações e, mais que isso, refletir profundamente sobre elas. Simultaneamente ele é monitorado por Sato, líder do Escritório de Segurança da CIA, a qual insiste que há mais forças em jogo nesta história, uma real ameaça à segurança nacional. Katherine é cientista, ícone de uma nova ciência, a Noética, que procura construir uma ponte definitiva entre Ciência e Religião, resgatando antigos conhecimentos, presentes em todas as culturas, mitologias e doutrinas espirituais, agora sob uma nova luz, a da comprovação científica. Suas experiências bem-sucedidas, prestes a serem reveladas para a Humanidade, desafiam os planos de Mal’akh e intrigam Robert, desafiando constantemente sua visão de mundo materialista. Entre conceitos científicos surpreendentes, experiências perturbadoras e fascinantes, análises detalhadas de obras artísticas e arquitetônicas, e uma história que vai além das estruturas visíveis de Washington, o leitor mergulha na face oculta da construção desta cidade, símbolo de uma visão utópica dos seus fundadores maçons, George Washington, Benjamin Franklin e Pierre L’Enfant, que concebiam a nação como uma página em branco na qual poderia ser escrita uma traje
tória espiritual e intelectual gloriosa. O autor permite, nesta trama, que o próprio leitor decifre, lado a lado com o protagonista, os símbolos que permeiam toda a história, e que conduzem não só Langdon, mas cada um dos que se aventuram a percorrer suas páginas eletrizantes, a um processo de esclarecimento e de iluminação interior. É impossível sair ileso deste enredo arrebatador, que deixa o leitor, no final, com sede de maiores conhecimentos e de uma real transformação cósmica. Estreia: 18 de Outubro de 2013 o filme segundo alguns sites... então que chegue logo o dia, pois se o livro já nos prende a atenção imagina o filme.\0/ Fontes: Brown, Dan. O Símbolo Perdido. Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2009, 489 pp. http://www.infoescola.com/livros/o-simbolo-perdido/

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